Minas Gerais deve iniciar a aplicação da vacina contra a dengue em fevereiro. As primeiras doses serão para imunizar crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, residentes nas cidades de maior incidência da arbovirose. A informação foi confirmada pelo secretário de Estado de Saúde de Minas (Ses-MG), Fábio Baccheretti, na terça-feira (23).
“Iremos pactuar em Brasília esse cronograma. Já se sabe que o público alvo inicialmente será de 10 a 14 anos em cidades com incidência alta da doença. Minas Gerais tem essa característica em vários municípios, em fevereiro começamos a aplicação”, garantiu Baccheretti.
Será aplicado o imunizante Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda. A vacina passou pelo crivo da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) do Sistema Único de Saúde (SUS) há cerca de um mês. A Comissão recomendou a incorporação priorizando regiões do país com maior incidência e transmissão do vírus.
Segundo o secretário de Minas, a expectativa é que, inicialmente, cerca de 500 municípios do país sejam contemplados e a maior parte está no Estado. Segundo ele, Minas Gerais tem o maior número de casos. “Na Covid, recebíamos em torno de 10% das doses que chegavam ao país. Mas, na dengue, eu acredito que será bem maior que isso, porque, provavelmente, oito estados não receberam dose por não terem incidência alta. Minas destaca com maior número de doses, então deve ter uma proporção maior”, explicou.
A informação vem em meio a alta de casos de arboviroses no estado. Apenas na primeira quinzena, Minas registrou alta de 774% nos casos de dengue. Conforme boletim da SES, até o momento foram confirmados no Estado 11.490 casos de dengue e uma morte. Outras 14 óbitos estão investigação. No mesmo período, foram 3.067 casos confirmados de chikungunya e uma morte. Dois óbitos ainda estão em investigação.
2024: o ano epidêmico difícil
O secretário de saúde alerta que a maior parte dos casos estão concentrados na região Central do Estado. Ele também aponta que o retorno da circulação da dengue tipo 3 no país cria alerta para casos mais graves da doença. “Teremos um ano epidêmico difícil no estado de Minas Gerais. Região Central de Minas, Leste, Vale do aço, Vale do Rio Doce estão com incidência elevada. Já temos 600 municípios com casos e 156 com incidência em alta. Além disso, temos casos de dengue tipo 3. Isso preocupa porque a maior parte da população que já teve a doença foi contaminada pelo tipo 1 e 2. A circulação do tipo 3 pode fazer com pessoas que sejam reincidentes desenvolvam casos graves, como a dengue hemorrágica”, afirma.
Fonte: O Tempo
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