Febre entre jovens, mercado bilionário e perigo à saúde: o consumo desenfreado de cigarro eletrônico no Brasil

Também conhecido como vape ou pod, o dispositivo deixa a saúde do usuário exposta a perigos que vão desde o pulmão até o sistema cardiovascular. Sua venda é proibida em território nacional pela Anvisa desde 2009, mas seu comércio, das portas das baladas à 25 de março, não é impedido.

O número de usuários de cigarro eletrônico quadruplicou no Brasil em quatro anos: saltou de 500 mil em 2018, para 2,2 milhões de usuários em 2022 segundo o IPEC.

O cigarro eletrônico é uma febre principalmente entre os jovens. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, realizada com 10 mil brasileiros, quase 20% dos jovens entre 18 e 24 anos já experimentaram cigarros eletrônicos. Segundo o IBGE, quase 17% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o vape.

Diversos médicos alertam para as consequências que o uso do cigarro eletrônico leva para o usuário. A utilização do aparelho é sinônimo de perigo.

Apesar de clandestino, os números do comércio do vape são gigantes. Segundo a Receita Federal, a venda do produto movimenta cerca de R$ 7,5 bilhões por ano no Brasil.

Dos ambulantes nas portas de balada à 25 de março, a venda do produto ocorre livremente. No maior comércio popular de São Paulo, o cigarro eletrônico é vendido por atacado.

Debate para regulamentação

Recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu uma consulta pública, com duração de dois meses, sobre a liberação do uso de cigarros eletrônicos no Brasil.

A regulamentação do dispositivo começou a ser discutida no Congresso após a senadora Soraya Thronicke (Podemos) apresentar um projeto sobre regras de fabricação e liberação da venda.

Segundo Jaqueline Scholz, do Incor, a legalização da venda do vape “seria uma desgraça para saúde pública brasileira”, que ainda busca tratar os mais de 20 milhões de dependentes do cigarro convencional.

A indústria do fumo (Abifumo) defende a regulamentação da venda do vape sob a justificativa de dar uma opção \”de menor risco\” para os adultos fumantes.

Fonte: G1/Profissão Repórter

Foto: Ethan Parsa/Pixabay

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